Referência em Radiologia e Oncologia Intervencionista
Conteúdos e materiais
A neoplasia renal, ou câncer de rim, é uma das patologias oncológicas que mais tem preocupado médicos e pacientes. O tratamento dessa condição pode variar de acordo com o estágio da doença e a saúde geral do paciente. Nos últimos anos, uma técnica inovadora chamada crioablação renal tem ganhado destaque como uma opção não invasiva e eficiente para o tratamento de tumores renais.
A crioablação renal é um procedimento que utiliza temperaturas extremamente baixas para induzir a morte celular no tumor. Durante o procedimento, uma sonda é inserida diretamente no tecido tumoral e um gás chamado argônio, é liberado no interior da agulha e provoca o resfriamento do tecido tumoral, causando a criação de cristais de gelo dentro das células cancerígenas, posteriormente outro gás, o Hélio, corre no interior do sistema do probe e provoca o descongelamento. Esse processo é repetido uma segunda vez e isso determina morte celular e destruição do câncer. O congelamento não só destrói as células tumorais, mas também leva a uma resposta inflamatória que pode ajudar a eliminar células restantes.
Avaliação Pré-Procedimento:
Antes do procedimento, o paciente passa por uma avaliação completa, para avaliar a indicação da crioblação, incluindo exames de imagem (como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultrassonografia) para determinar a localização e o tamanho do tumor renal. O histórico médico e a saúde geral do paciente também são considerados.
Preparação do Paciente:
O paciente é preparado para o procedimento, que geralmente é realizado em ambiente hospitalar ou ambulatorial. Isso pode incluir jejum, exames laboratoriais e, em alguns casos, sedação leve.
Anestesia:
A crioablação renal pode ser realizada sob sedação ou anestesia geral, dependendo da preferência do médico e da complexidade do caso.
Inserção da Sonda:
O procedimento é realizado dentro da sala de tomografia, para visualização do tumor e da área de congelamento durante todo o procedimento, dessa forma é possível ser muito preciso no posicionamento do probe e na área de congelamento.
Uma vez que o paciente está posicionado na sala de tomografia, uma sonda (agulha de crioterapia) é inserida através da pele, guiada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Essa sonda é posicionada diretamente no tumor renal.
Congelamento do Tumor:
O gás Argônio é introduzido através da sonda, criando temperaturas extremamente baixas que congelam e destroem as células tumorais. Após o gás Hélio é liberado e possibilits o descongelmanto do tumor. O processo é repetido para garantir a eficácia.
Monitoramento:
Durante a criablação, a equipe médica monitora continuamente o paciente, observando sinais vitais e realizando imagens periódicas para garantir que o procedimento esteja funcionando conforme planejado.
Finalização do Procedimento:
Após o congelamento, a sonda é removida e no local de inserção é realizado um pequeno curativo. O tempo total do procedimento pode variar, mas geralmente dura cerca de 1 hora.
Pós-Procedimento:
O paciente é monitorado por um curto período após a criablação para garantir que não haja complicações. A maioria dos pacientes pode retornar para casa no mesmo dia do procedimento, embora alguns possam necessitar de observação adicional dependendo do caso.
Acompanhamento:
Após a criablação, consultas de acompanhamento são realizadas para monitorar a resposta ao tratamento, através de exames de imagem que avaliam a redução ou eliminação do tumor.
Um dos principais benefícios da crioablação renal é sua natureza minimamente invasiva. Ao contrário da cirurgia tradicional, que pode exigir hospitalização prolongada e um período de recuperação significativo, a criablação pode ser realizada em regime ambulatorial. Isso significa que os pacientes podem voltar para casa no mesmo dia do procedimento.
Outro ponto positivo é o fato de que o procedimento de criablação causa menos dor e complicações em comparação com a resseção cirúrgica. Para pacientes que não são candidatos ideais a cirurgias mais invasivas, devido a comorbidades, a criablação oferece uma alternativa segura.
Estudos mostram que a crioablação renal tem uma taxa de controle local do tumor que pode ser comparada a outros métodos de tratamento, como a cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica. A taxa de sucesso na eliminação de tumores renais é encorajadora, especialmente em lesões menores e em estágios iniciais.
Adicionalmente, a criablação pode ser parte de uma abordagem multidisciplinar, sendo utilizada em combinação com outras terapias, como a terapia sistêmica, dependendo do caso e das características do tumor.
A crioablação renal representa uma importante inovação no tratamento da neoplasia renal, oferecendo uma opção menos invasiva e com resultados promissores para os pacientes. É vital que, ao considerar o tratamento, os pacientes tenham acompanhamento de um oncologista especializado, que poderá fornecer orientações personalizadas e discutir os riscos e benefícios, levando em conta o perfil de cada paciente.
Com a evolução das técnicas e a crescente compreensão sobre a biologia tumoral, espera-se que abordagens como a criablação se tornem cada vez mais comuns no manejo do câncer renal, proporcionando esperança e melhor qualidade de vida aos pacientes afetados pela doença.
É importante que o procedimento seja realizado por um especialista experiente, já que a precisão na colocação da sonda e o monitoramento durante o congelamento são cruciais para o sucesso do tratamento. Sempre converse com seu médico sobre quaisquer dúvidas ou preocupações que você possa ter em relação ao procedimento.
Eduardo Medronha
CRIOABLAÇÃO RENAL: UMA ABORDAGEM EFICAZ PARA O TRATAMENTO DA NEOPLASIA RENAL